JOÃO O BATISTA
JOÃO O BATISTA
A debilidade da fé humana tem nuanças que, apesar do caminho já percorrido nesta estrada abstrata da maturidade espiritual, ainda concorrem para que o culto de exterioridades e os rituais dos tempos do paganismo continuem enraizados no nosso mundo. Isto talvez explique as interpretações de interesses religiosos exclusivistas e os desvirtuamentos que os dogmas (dos homens) da igreja nos legaram.
No caso do Batismo, por exemplo, quando João – filho de Zacarias – percebeu, naqueles dias, que a prática cruenta da circuncisão, decretada por Moisés, não constituía mais uma das preocupações de higiene daquele povo, tentou aquele, com dificuldades, demolir os judeus daquela prática, visto que as moléstias que assolaram as regiões da Palestina até o Egito (esse motivo da circuncisão mosaica), tinham, então, sido amainadas.
O precursor do Cristo, utilizando-se do artifício de substituir um grande mal por um menor, empregou, entre os judeus, o simbolismo utilizado pelos sacerdotes “Baptas”- daí o nome de João ter se tornado conhecido por Batista – aqueles sacerdotes de Cotito, na Grécia antiga, que se banhavam, por imersão, antes das cerimônias religiosas para a purificação.
Iniciando João – o batista – aquele símbolo para a “remissão dos pecados”, não era compreendido pelos fariseus e saduceus, a exemplo dos religiosos atuais, que queriam (hoje ainda querem) o sinal exterior. Respondendo, por isso, aos sacerdotes e levitas sobre a virtude do batismo com água, diz simplesmente: “Eu, na verdade, vos batizo com água para o arrependimento; mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de lavar-lhe as sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
A partir daquele encontro no Jordão, estaria eliminada a necessidade do batismo com água e preconizado o batismo com “fogo” que viria, no futuro, “destruir” os dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas como dizia Cairbar Schutel – eliminando com o calor racional a descrença e o materialismo. E, finalmente, precisaríamos do Batismo com o Espírito Santo que nos conduzirá a comunhão com o Mais Alto, no verdadeiro batismo de Jesus.
Se as igrejas afirmam que o batismo é para limpar a mancha do pecado original, teria o Cristo alguma mancha que justificasse o batismo com água?
E, se, finalizando, ainda dizem que o sacrifício de Jesus no Gólgota teve o poder de resgatar os pecados dos homens. Por que, então, ainda os batizam nos dias atuais?
Amigos leitores: o ritual e o formalismo, a razão, um dia, haverá de destruí-los em nome da Luz Divina.